Introdução

À medida que as teorias da liderança se desenvolveram, os pesquisadores conduziram seus estudos buscando analisar o estilo de liderança ao invés de dar ênfase nas características individuais do líder.

Existem modelos, ou estilos de liderança. Cada um deles depende de algumas especificidades, como os objetivos da área e o perfil dos profissionais.

A finalidade dessas divisões é compreender a relação do líder com seus liderados e observar de que maneira o líder orienta sua conduta e seu estilo de liderança.

A forma como cada profissional lidera seu grupo, tem um impacto direto na geração de resultados pelo maior ou menor engajamento dos seus membros, pelo clima motivado para a ação, pela inovação e produtividade gerada na unidade sob sua responsabilidade.

Modelos de Liderança

Chiavenato (2005) relacionou os estilos de liderança com o comportamento do líder e liderados no processo de trabalho. 

Modelos de liderança e suas correlações no processo de trabalho:

Liderança Autocrática

• Tomada de decisões: Apenas o líder decide, sem qualquer participação do grupo;
• Programação dos trabalhos: O líder determina as atitudes para a execução das tarefas, uma por vez, na medida em que são necessárias e de modo imprevisível para o grupo;
• Divisão do trabalho: O líder decide qual a tarefa que cada um deverá executar e qual seu companheiro de trabalho;
• Participação: O líder é pessoal e dominador, nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada um.

Beneficia o poder centralizado, estimulando um comportamento dependente e submisso dos membros do grupo de trabalho, onde é comum a presença de sentimentos de tensão e frustração. 

Por outro lado, as ações do grupo são claramente definidas, previsíveis, tendo os membros do grupo uma sensação de segurança. A produtividade costuma ser alta, no entanto a criatividade, automotivação, e a autonomia são baixas.

Centralização de poder de decisão no chefe, quanto mais concentrado o poder de decisão no líder, mais autocrático é seu comportamento ou estilo. O estilo autocrático pode degenerar ou tornar-se patológico, transformando-se no autoritarismo. 

O líder impõe suas ideias e suas decisões sobre o grupo, sem nenhuma participação deste. A ênfase está nele.

Liderança Democrática

• Tomada de decisões: As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo que é estimulado e amparado pelo líder;
• Programação dos trabalhos: O próprio grupo esboça providências e técnicas para garantir o alvo com o aconselhamento técnico do líder. As tarefas ganham novas formas com os debates;
• Divisão do trabalho: A divisão das tarefas fica a critério do grupo e cada membro tem liberdade de escolher seus próprios colegas;
• Participação: O líder procura ser um membro normal do grupo. É objetivo e estimula com fatos, elogios ou críticas.

A liderança democrática retrata o trabalho em conjunto, onde todos são informados sobre as metas da organização e do processo que está sendo desenvolvido, bem como qual seu papel dentro desse cenário. Com um líder democrático existe uma produção em menor escala, porém com melhor qualidade, quando comparado com os outros estilos de liderança, autocrática ou Laissez-faire. Os líderes democráticos trabalham com as pessoas não pelo poder do domínio, mas pela sugestão e pelo ensino.

Uma apresentação mais progressista da liderança é a participativa, na qual todo o pessoal sinta que tem importantes contribuições. Em conjunto com o líder, membros da equipe definem objetivos e planejam a forma de atingi-los, propiciando maior satisfação, uma vez que tomam parte na administração do seu fazer.

O líder precisa ter segurança no seu saber, com base sólida de conhecimento, desenvolvendo competências técnica e de relações humanas para intervir com orientações e aconselhamento, sendo fortalecida a autonomia do grupo para a tomada de decisão no seu trabalho. Esse modelo é especialmente eficaz quando há cooperação e coordenação entre as pessoas.

Divisão dos poderes de decisão entre chefe e grupo, quanto mais às decisões forem influenciadas pelos integrantes do grupo, mais democrático é o comportamento do líder.

O líder orienta o grupo e incentiva a participação de todos. A ênfase está no líder e também no grupo.

Liderança Laissez-faire (Liberal)

• Tomada de decisões: Membros da equipe tem total liberdade para tomada de decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder;
• Programação dos trabalhos: A participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas alternativas ao grupo, e orienta que oferece informações desde que solicitadas;
• Divisão do trabalho: Tanto as divisões das tarefas como a escolha dos colegas ficam por conta do grupo, absoluta falta do líder;
• Participação: O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou regular o curso das coisas. Faz apenas comentários quando perguntado.

O líder Laissez-faire caracteriza-se pela ênfase no grupo, ausência de controle, oferece pouca ou nenhuma orientação, usa a comunicação de forma verticalizada - aquela gerada entre funcionários subordinados e cargos superiores - entre os membros e dispersa por todo o grupo a tomada de decisão.

Quando uma pessoa é designada como líder e não desempenha a liderança ou se a faz é de maneira mínima, as pessoas rapidamente perderão o senso de iniciativa e o senso de realização. O líder sendo permissivo, com pouco ou sem controle, o trabalho em pouco tempo se demonstrará desorganizado, as pessoas não sabem nem se importam com aquilo que devem fazer.

O líder delega totalmente as decisões ao grupo sem controle algum, deixando a equipe totalmente à vontade. É mínima a participação do líder e o grupo é enfatizado.

As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. Há liberdade total para decisões grupais ou individuais, e mínima participação do líder.

Entretanto, quando todos os membros estão altamente motivados e autodirecionados, esse tipo de liderança pode acarretar em muita criatividade e produtividade.

Figura 1 – Resumo dos Modelos de liderança conforme Chiavenato (2005)

Fonte: Unisagrado. Adaptado.

Figura 2 – Diferentes ênfases relacionadas aos três modelos de liderança segundo Chiavenato (2004)

Fonte: FEMA. Adaptado.

Em resumo

A liderança é um processo contínuo de decisões, acertos e erros que permite à empresa buscar seus objetivos. O poder é o exercício da liderança, mas não há uma forma certa ou incorreta. Diante disso, o líder ideal é aquele que se ajusta a sua realidade. Uma boa liderança é sempre notada pelos seguidores, gera redução de incerteza e insegurança de um grupo. Se os membros da equipe estão motivados e alcançam os objetivos pretendidos, é sinal que há um bom líder orientando o grupo. O líder poderá utilizar todos os modelos de liderança, de acordo com a necessidade, a tarefa e as pessoas. Cabe a cada bom líder saber equilibrar estas práticas e quando aplicá-las.